quarta-feira, 15 de agosto de 2012


    Contemplo o lago mudo
    Que uma brisa estremece.
    Não sei se penso em tudo
    Ou se tudo me esquece.O lago nada me diz,
    Não sinto a brisa mexê-lo
    Não sei se sou feliz
    Nem se desejo sê-lo.
    Trêmulos vincos risonhos
    Na água adormecida.
    Por que fiz eu dos sonhos
    A minha única vida?

    Fernando Pessoa, 4-8-1930
    Postado por Bia Freire e Iago Passos.

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